Evento continua neste sábado, com ação na praia do Boqueirão
A manhã da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS) foi marcada por duas importantes palestras no auditório da instituição em parceria com a CONFEA, CREA-SP e MÚTUA-SP.
Para abrir os trabalhos, o Eng. Ronaldo Florentino dos Santos, diretor administrativo da Mútua-SP desde 2020, falou sobre os benefícios de ser um mutualista, que teve em 2023 a taxa de inscrição reduzida para novos associados.
A sociedade civil sem fins lucrativos é baseada em quatro pilares:
- Benefícios sociais: que nada mais é do que um seguro de vida com os programas Garante Saúde (auxílio financeiro reembolsável aos associados que necessitam de assistência médica, hospitalar, odontológica), Férias Mais (auxílio financeiro reembolsável aos associados que necessitam custear despesas provenientes de férias), Ajuda Mútua (auxílio financeiro mensal ao associado, como forma de empréstimo, quando este encontrar-se desempregado temporariamente) e Equipa Bem (auxílio financeiro reembolsável aos associados que necessitam de recursos para custeio de
despesas gerais); - Benefícios Reembolsáveis: auxílio pecuniário (auxílio financeiro mensal ao associado carente de recursos, em evidente necessidade de sobrevivência), pecúlio por morte (indenização paga aos beneficiários, em caso de falecimento do associado contribuinte) e auxílio funeral (indenização paga àquele que custear os encargos com o funeral do associado);
- Clube Mútua: descontos em várias organizações parceiras como farmácias, e instituições de cultura e lazer;
- Plano de previdência Tecnoprev.
“Estamos batalhando para melhorar os benefícios que já existem desde que a Mútua foi criada, para atender as necessidades de nossos associados e dar uma melhor qualidade de vida para nossa classe de profissionais engenheiros”, disse Ronaldo.
Na segunda parte do evento, foi a vez do Secretário de Meio Ambiente de Santos desde 2017, Marcos Libório, subir ao palco para falar sobre o “Programa Cultura Oceânica”. Ele começou sua palestra instigando uma ideia nos convidados presentes.
“Quando buscamos promover uma mudança de cultura, seja em qual âmbito for, não há outro caminho que não seja a conversa e o compartilhamento de informações para convencer as pessoas que há algo a ser feito”.
Para o Secretário, quando se fala em Cultura Oceânica é preciso entender que ela começa aqui na nossa praia, já que cada um, na sua função, tem a sua parcela de contribuição e o cidadão comum precisa estar junto nessa luta.
“Governança ambiental é uma construção diária. Me incomoda colocar uma bandeira vermelha na praia, mas depois que ela é colocada, qual mudança precisa ser feita? Temos que dialogar para buscar a transformação”, afirma.
Santos tem a facilidade da localização por seus sete canais. Mas como tudo tem prós e contras, eles acabam contribuindo, de maneira errônea, para os lixos chegarem até a praia. Pensando nisso, foram instaladas barreiras para tentar impedir a chegada desses resíduos no mar, já que 80% dos lixos que aparecem na praia são provenientes de fontes terrestres. Grande parte, inclusive, proveniente das diversas comunidades de palafitas espalhadas pela Baixada Santista.
E parece que cada ação tem surtido efeito. Afinal, cada vez mais Santos tem sido visitada por espécies de baleias e tartarugas, o que sempre é um bom sinal. “Soltamos nove tartarugas nos últimos 3 anos. É um cuidado que temos. Tentar identificar a causa do problema, agir na consequência e mostrar para os moradores da cidade que tem muita vida nessas águas”, diz Libório.
Além disso, ele se orgulha em lembrar que Santos é a primeira cidade do mundo a ter uma Lei de Cultura Oceânica, onde o Secretário foi o autor, sancionada pelo prefeito Rogério Santos. “Só soube que era a primeira do mundo quando foi promulgada e a Unesco entrou em contato informando. Foi uma felicidade sem tamanho”, lembra.
O mais importante é que a política pública tem saído do papel. Alunos da rede pública têm feito constantes atividades nas praias, conhecendo a importância de preservar a cultura oceânica, e se sensibilizando com a causa.
Projetos como o “Monstrolixo”, uma grande escultura feita com materiais reutilizáveis em parceria com a escola de Vila do Conde, em Portugal, “Do Retalho ao Desfile”, que transforma roupas usadas em novas peças para que o destino não seja o oceano, e o “Surf Limpeza”, onde banhistas que coletam resíduos podem praticar meia hora stand up, mostram a força da sensibilização ambiental com responsabilidade compartilhada.
“Sabemos da nossa influência e nosso papel. Para muitos, pode parecer pequeno, pode ser pouco. Mas estamos com muita vontade de fazer as mudanças que a gente precisa para ter o oceano que a gente quer. Porque o que acontece em Santos, reflete no mundo. E queremos colher frutos mutuamente”.
O evento da AEAS continua neste sábado, dia 4, a partir das 9h da manhã, na praia do Boqueirão, em frente a barraca da instituição, onde o responsável pelo projeto Surf Limpeza, o artista plástico e educador ambiental, Daniel Thomaz, conduzirá um mutirão de coleta de micro lixos para o público geral, com o objetivo de chamar a atenção a respeito da preservação dos ecossistemas marinhos da região.